quinta-feira, 14 de julho de 2011

Vestibular FATEC-2004 -HIstória Geral

1) Jacques Le Golf e George Duby, especialistas em Idade Média, dividem a sociedade em três grandes ordens. A 1ª compreendia os integrantes do clero, a 2ª reunia os senhores feudais, e a última era constituída pelos servos. Sobre a sociedade feudal é correto afirmar que:
a) havia uma grande mobilidade social, apesar das rígidas tradições e vínculos jurídicos determinando a posição social de cada indivíduo.
b) a honra e a palavra tinham importância fundamental, sendo os senhores feudais ligados por um complexo sistema de obrigações e tradições.
c) os suseranos deviam várias obrigações aos seus vassalos, por exemplo, o serviço militar.
d) os servos, como os escravos, não tinham direito à própria vida, viviam presos à terra e dela não podiam sair.
e) os vilões constituíam uma parcela de senhores feudais que procuravam por outro senhor mais poderoso, jurando-lhe fidelidade e obediência.

Resposta: B

Resolução: A divisão da sociedade feudal em "ordens" reflete a visão do clero medieval, onde "alguns combatem, outros rezam e outros trabalham". A relação social que envolvia a nobreza era de suserania e vassalagem, entre senhores feudais ou entre senhores e o rei (que também é nobre). Essa relação estava fundamentada nas tradições, onde vale a palavra e a honra, estabelecida numa cerimônia de investidura, onde se realizava o juramento de fidelidade.


2) "No estado do Maranhão, Senhor, não há ouro nem prata mais que o sangue e suor dos índios: o sangue se vende nos que cativam e o suor se transforma em tabaco, no açúcar e nas demais drogas que os ditos índios se lavram e fabricam. Com este sangue e suor se medeia a necessidade dos moradores; e com este sangue e suor se enche e enriquece a cobiça insaciável dos que vão lá governar".
Vieira, Padre Antônio, Obras escolhidas. In: Alencar, Carpi & Ribeiro. História da sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1979, p.210-1.
O texto acima foi escrito por volta de 1653. As principais riquezas do Maranhão, naquela época, eram
a) o ouro e a prata.
b) o ouro, a prata e o comércio de escravos.
c) o tabaco, o açúcar e as drogas.
d) o ouro, a prata, o tabaco e o açúcar.
e) os metais preciosos, o comércio de escravos e o açúcar.

Resposta: C

Resolução: Se o enunciado afirma que no Maranhão "não há ouro nem prata", a única alternativa possível é a letra C.


3) O Mercantilismo caracterizou-se por ser um conjunto de medidas adotado pelos Estados Modernos, a fim de obter recursos e riquezas necessários à manutenção de seu poder absoluto. Afirma-se sobre o Mercantilismo:
I. Um dos princípios comuns que orientaram a política mercantilista foi o Metalismo -- concepção que identifica a riqueza e o poder de um Estado na quantidade de metais preciosos, por ele acumulados.
II. Todos os produtos que chegavam à colônia ou saíam dela tinham de passar pela Metrópole, concretizando sua sujeição absoluta ao Estado explorador, característica do Protecionismo Alfandegário.
III. A prática mercantilista compreendia estímulo à importação, restrição à exportação, condicionamento do comércio à agricultura, incentivo à uniformização legislativa e alfandegária do Estado.
IV. A forma mais antiga e tradicional do mercantilismo foi o Bulionismo, praticado pelos Países Baixos, onde a indústria da pesca e as refinarias de açúcar garantiam a quase totalidade da exportação.

Deve-se concluir, sobre essas afirmações, que
a) apenas I está correta.
b) estão corretas apenas II e III.
c) estão corretas I, III e IV.
d) nenhuma está correta.
e) todas estão corretas.

Resposta: A

Resolução: O controle exercido pela metrópole não implica na passagem do produto pela mesma. A maioria das mercadorias, autorizadas pela metrópole, vinham diretamente dos países de origem. Muitos produtos provinham de colônias da mesma metrópole. Por isso, a alternativa II é incorreta.
A alternativa III é incorreta porque o mercantilismo estimulava as exportações metropolitanas e restringia as importações, procurando garantir uma balança de comércio favorável, priorizando o comércio.
A alternativa IV é incorreta porque o bulionismo (ou metalismo), foi o tipo de mercantilismo praticado pela Espanha, apoiado na idéia de que todas as atividades estariam subordinadas a obtenção de metais preciosos.

4) Embora sem a mesma intensidade das lutas ocorridas na América Espanhola, ocorreu no Brasil a Guerra de Independência, que assolou o Império entre 1822 e 1823, e sobre a qual é correto afirmar que:
a) foi uma guerra apenas em seu caráter formal, pois as guarnições portuguesas renderam-se em vez de combater.
b) a resistência lusa foi estimulada pelos britânicos, preocupados com a posição liberal dos EUA frente à independência das colônias latino-americanas.
c) as forças brasileiras de terra e mar estavam sob o comando do almirante Smith.
d) foi uma guerra de caráter limitado, pois a maioria das províncias brasileiras aderiu pacificamente à independência.
e) os combates mais violentos ocorreram no Maranhão e no Pará, onde as tropas portuguesas eram mais numerosas.

Resposta: D

Resolução: Normalmente desprezada ou minimizada pelos livros didáticos, vários movimentos armados ocorreram em províncias do norte - em especial na Bahia - e na Cisplatina.


5) Devido à crise política e econômica, a União Soviética foi extinta em 1991. Em seu lugar, em dezembro do mesmo ano, foi criada a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), integrada em parte por países que participaram da antiga URSS. O presidente da Rússia, Boris Ieltsin, seguindo a cartilha do Fundo Monetário Internacional a partir de 1992, efetuou a mudança da economia planificada para a economia de mercado. Essas mudanças levaram a Rússia:
a) à recessão econômica, à inflação, ao desemprego e à criminalidade.
b) ao desenvolvimento de uma próspera economia de mercado sustentada pelo capital americano.
c) à criação de uma nova economia, nem capitalista, nem socialista, que elevou a qualidade de vida dos russos.
d) à recessão econômica inicial, superada pela gradativa transformação da Rússia em país modelo de desenvolvimento econômico, para os países vizinhos.
e) à recessão econômica e ao desemprego no início; mas, com a ajuda dos organismos internacionais, houve a recuperação econômica já a partir de 1995, com a implantação das medidas sugeridas pelo COMECON.

Resposta: A

Resolução: A inserção da Rússia em uma economia de mercado, promovida por Boris Ieltsin, foi resultado do esfacelamento do bloco socialista no final da década de 80. A crise da economia socialista (que a "Perestroika" tentada por Gorbachev não conseguiu revitalizar) levou ao fim do chamado "socialismo real". Entretanto, como a Rússia jamais tivera estruturas capitalistas significativas (ao contrário de países como a Checoslováquia ou a Hungria), as reformas de Ieltsin, no sentido de implantar o capitalismo neoliberal, leva-
ram aos resultados citados na alternativa "a".

6) O convênio de Taubaté, (1906), que consistia numa política de "valorização" da economia nacional, caracterizou-se por:
a) ser um programa de diversificação da agricultura.
b) uma intervenção do governo no mercado cafeicultor, comprando o excedente do café, a fim de restabelecer o equilíbrio entre a oferta e a procura.
c) incentivar a policultura para atender aos interesses dos pequenos proprietários.
d) levar o governo a comprar o excedente do café, com as divisas provenientes das exportações.
e) estimular a produção cafeeira no Vale do Paraíba e no sul de Minas Gerais.

Resposta: B

Resolução
O Convênio de Taubaté foi firmado entre os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro -- os três maiores produtores de café na época. O café -- principal produto das exportações brasileiras -- atravessava uma crise de superprodução que levaria à depreciação dos preços no mercado internacional. Pressionados pelos cafeicultores, os governos estaduais comprometeram-se a adquirir os excedentes da produção. Essas compras seriam financiadas por meio de empréstimos externos e os estoques resultantes seriam vendidos no caso de falta do produto no mercado. O Convênio de Taubaté constituiu o marco inicial da "Política de Valorização do Café", que produziu a "privatização dos lucros e a socialização das perdas", segundo Celso Furtado.

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